Ano VII - 2007/2013 - BLOG FENÔMENOS SOBRENATURAIS - Developed by IVSON DE MORAES ALEXANDRE - VOLTA REDONDA - ESTADO DO RIO DE JANEIRO - BRASIL.
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domingo, 31 de agosto de 2008

Levitação


Foto 01 Foto 02 Foto 03 Foto 04

O fenômeno que desafia as leis da gravidade

Foto 01: Collin Evans flutua no Conway Hall , nos anos 30.

Foto 02: São José de Copertino um dos melhores relatos de levitação da história aconteceu em 16 de dezembro de 1868 e envolveu respeitados membros da sociedade londrina: o visconde Adare, o senhor de Lindsay e o capitão Winne viram o famoso médium Daniel Douglas Home elevar-se no ar, flutuar para fora, através de uma janela e entrar por outra, a 24 metros de altura, numa grande e elegante casa de Londres. D. D. Home tornou-se conhecido inicialmente por levitar e por fazer certos objetos levitarem (em certa ocasião foi um grande piano). Mas não foi o único a possuir essa "impossível" capacidade de desafiar a lei da gravidade.

Foto 03: O iogue indiano Subbayah Pullavar levita diante do público. No final da sessão, os membros do iogue estavam tão rígidos, que nem cinco homens conseguiram curvá-los.
São José de Copertino (1603-1663) voava todas as vezes que ficava emocionado. Um domingo, durante a missa, elevou-se no ar e pairou sobre o altar, em meio às velas, ficando gravemente queimado em conseqüência disso. Durante 35 anos, foi excluído de todos os rituais públicos, devido a seus hábitos desconcertantes, mas mesmo assim a fama de suas levitações espalhou-se. Um dia, andando pelos jardins do mosteiro em companhia de um monge beneditino, subitamente voou até uma oliveira. Infelizmente, não conseguia voar para baixo, portanto os monges colegas tiveram de buscar uma escada. Um cirurgião, pelo menos dois cardeais e um papa (Urbano VIII), entre muitos outros, presenciaram os extraordinários momentos de total ausência de peso de José - que ele chamava de "minhas vertigens".

Foto 04: Os ilusionistas profissionais orgulham-se de fazer suas assistentes 'flutuarem no ar', sem nenhum apoio visível.
Existe hoje uma corrente de pensamento que propaga a idéia de que qualquer pessoa pode levitar, desde que tenha o treinamento necessário - os estudantes de meditação transcendental dizem praticar a levitação constantemente.

sábado, 23 de agosto de 2008

A casa assombrada


A pequena Paróquia de Borley está em uma região desolada e pouco povoada perto da costa leste da Inglaterra. É um lugar de aparência sombria, cenário adequado para um dos casos mais bem documentados e controversos de assombração dos tempos modernos.
Todos os moradores da Paróquia de Borley foram perturbados por aparições fantasmagóricas desde sua inauguração em 1863. Até então, os fantasmas pareciam relativamente benignos. Isso mudou quando o reverendo Lionel Foyster e sua esposa Marianne Foyster se mudaram para lá, em Outubro de 1930. As batidas dentro das paredes ficaram mais fortes e mais insistentes, os móveis eram deslocados e as portas pareciam trancar-se sozinhas. E um novo fenômeno manifestou-se: misteriosas mensagens escritas começaram a aparecer nas paredes e em pedaços de papel espalhados pela habitação. Um dia Marianne encontrou um velho envelope com o nome dela, e escreveu: "O que quer?", colocando o envelope no mesmo lugar. A patética resposta ("descansar") apareceu debaixo da pergunta.

Mas Borley deve sua fama principalmente ao irrefreável Harry Price, o mais famoso caçador de fantasmas de sua época. Em 1937, dois anos após os Foyster terem se mudado, Price alugou a casa por um ano e instalou um rodízio de observadores para documentar os fenômenos. Escreveu mais tarde dois livros populares sobre o caso, dando também inúmeras palestras e entrevistas nas rádios sobre o assunto. A incansável publicidade promovida por Price fez com que Borley ficasse famosa e fosse alvo de pesquisadores rivais, que por décadas se debateram com o mistério. Os pesquisadores afirmaram que todo o caso era suspeito, zombando das técnicas de pesquisa de Price e, em particular de sua equipe de observadores amadores, recrutados por anúncios em jornais. Os críticos chegaram até a sugerir que Price houvesse orquestrado pelo menos alguns dos supostos fenômenos de poltergeist. No final, porém, o controvertido caçador de fantasmas acabou encontrando indícios de uma tragédia do passado longínquo que parecia explicar as assombrações convencendo muita gente de que as manifestações eram autênticas.
Em 1939, o novo proprietário, o capitão W. G. Gregson, estava desempacotando seus livros quando uma lamparina caiu no chão do saguão, dando ínicio a um incêndio. O fogo alastrou-se rapidamente e a antiga casa paroquial de Borley foi destruída, dando finalmente a Price uma oportunidade para procurar sob a terra alguma prova física que servisse para explicar a assombração.
Em seu primeiro livro publicado em 1940, um ano depois do incêndio, Price deixou implícito que desconfiava do uso de prestidigitação por Marianne Foyster para montar alguns dos distúrbios. Ao mesmo tempo, porém, afirmou categoricamente que pelo menos um dos espíritos que assombraram Borley por tantas décadas encontrou em Marianne uma alma solidária. Julgou que essa teoria era apoiada pelas arrepiantes mensagens escritas nas paredes, dirigidas a Marianne. As mensagens, pedidos queixosos de ajuda escritos com caligrafia infantil, pareciam ser de outra mulher jovem. Price acabou descobrindo uma história que explicaria o mistério de Borley.
Durante o ano em que alugou a antiga casa paroquial de Borley, Price e sua equipe não descobriram fenômenos novos, mas um acontecimento sensacional deu a Price informações para chegar a solução que ele estava procurando. A descoberta deu-se através do uso da planchette, instrumento equipado com um lápis que se move (supostamente guiado por espíritos) em uma prancheta, escrevendo mensagens pela mão de um assistente. Um suposto espírito que se identificou como Marie Lairre contou que havia sido freira na França do século XVII, mas deixou o habito para se casar com Henry Waldegrave, membro da abastada família cuja casa senhorial se erguerá um dia no ponto em que agora existia a Paróquia de Borley. Tempos depois, ela teria sido estrangulada pelo marido que esconderá seus restos mortais no porão.
Novamente de volta aos restos do incêndio da Paróquia de Borley, Price e sua equipe começam a procurar sob os escombros. "Procurem sob o chão de tijolos, no porão", implorava uma das mensagens dos espíritos; após um só dia de escavações, a equipe de Price descobriu alguns ossos frágeis que acabaram sendo identificados como pertencentes a uma mulher jovem, para Price, a evidência de que havia algo verdadeiro naquela história da freira assassinada.

Aparentemente, um enterro cristão para os ossos deu ao fantasma da casa paroquial de Borley o sossego que ele tanto buscava havia tempos. Nunca mais se ouviu falar de assombrações na casa em ruínas, que foi finalmente demolida em 1944

Fonte: Geocities

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Chuvas de meteoros em Agosto

Em agosto vários radiantes se manifestam.

A seguir listamos os mais significativos.

Iota-Aquarídeos Austrais e Delta-Aquarídeos Boreais: Os dois radiantes podem ser vistos desde as 21 horas (a leste), até o amanhecer quando estão a oeste; por volta da 1h atingem a região mais alta do céu. São chuvas de pequena intensidade e com meteoros de fraco brilho. Os Iota-Aquarídeos Austrais se manifestam desde 25 de julho até 15 de agosto, atingindo um máximo em 4 de agosto, quando exibem uma taxa horária de cerca de 15 meteoros. Já os Delta-Aquarídeos Boreais mostram um máximo em 8 de agosto (taxa horária variável entre 4 e 10 meteoros), mas podem ser vistos desde 15 de julho até 25 de agosto. Estes meteoros estão associados ao Cometa 2P/Encke e são melhor observados no final da madrugada.

A Persêida: É uma clássica chuva e seus meteoros podem ser observados desde 17 de julho até 25 de agosto, com um máximo que ocorre geralmente de 11 para 12 de agosto. Para o ano de 2008 as previsões indicam que o máximo deve ocorrer próximo ao amanhecer do dia 12 de agosto, quando se espera uma taxa horária em torno dos 50 meteoros. Em São Paulo, o radiante (ponto do céu de onde parecerão surgir os meteoros) surge a nordeste por volta das 2h e permanece visível até o amanhecer; em torno das 4h 45min encontra-se à meia-altura para os lados do norte. Devemos, então, concentrar nossas observações na madrugada de 12 de agosto (de 11 para 12 de agosto). Associados ao cometa 109P/Swift-Tuttle, os persêidas são rápidos, com traços finos, geralmente brancos, amarelos ou alaranjados, com vários bólidos que se fragmentam e explodem. A Lua, entre as fases de quarto crescente e cheia na data de máxima ocorrência não deve prejudicar a observação dos meteoros.

Kappa-Cygnídea: chuva de baixa intensidade, com período de ocorrência entre 3 e 25 de agosto, com um máximo no dia 17. Apresenta lentos meteoros visíveis no início da noite. A área do radiante (ponto do céu de onde parecerão provir os meteoros) eleva-se a nordeste em torno das 19h, cruza a região do meridiano celeste, para os lados do norte, por volta das 22h; pode ser observada até a 1h, quando se encontra a noroeste. Em poucas aparições dessa chuva, a taxa horária atingiu 20 meteoros mas, normalmente, são relatadas taxas menos otimistas em torno dos 5 meteoros por hora, de fraco brilho, de coloração branco-azulada, com eventuais fireballs bastante lentos.

Iota-Aquárida Boreal: apresenta meteoros de fraco brilho aparente, como quase todos os do complexo de radiantes de Aquarius, ativo no período de julho a agosto. Junto à data de máxima ocorrência (19 de agosto), a taxa horária é de cerca de 10 meteoros, mas alguns observadores são menos otimistas e relatam taxas próximas dos 3 meteoros. O período de observação dos meteoros estende-se desde 11 de agosto até 20 de setembro. Em meados de agosto, o radiante é visto desde o início da noite (a leste) até o amanhecer (a oeste); por volta das 23h 30min encontra-se na região mais alta do céu.

Alpha-Aurígida Boreal: chuva que se manifesta no período de 10 de agosto a 1 de outubro, com máxima ocorrência de meteoros em 28 de agosto. Os observadores relatam o surgimento de meteoros lentos e brilhantes e, ocasionalmente, fireballs. No final de agosto e início de setembro, o radiante é visto a partir das 3h e pode ser observado até o amanhecer. Descritos como meteoros lentos pelos habitantes do hemisfério norte onde o radiante é circumpolar, acreditamos que, nessas latitudes, eles sejam vistos mais no começo da noite. No Brasil, o radiante surge apenas na madrugada. No sul do país eleva-se pouco em relação ao horizonte norte dificultando as observações.
Fonte: Observatório Céu Austral

domingo, 3 de agosto de 2008

DISCO VOADOR EXISTE?


A fotografia foi encontrada em um álbum de imagens antigas por um japonês da cidade de Tomioka, Província de Gunma, Japão. Ela é original da China, tomada durante o período da Segunda Guerra Mundial.Note à direita um garoto apontando para o disco voador.



Será um OVNI?
Uma das explicações mais usadas para justificar o avistamento de “luzes estranhas” no céu é a de que se tratavam de “satélites artificiais”. É certo que muitas das vezes podemos nos confundir com estes satélites que ficam orbitando o nosso planeta. Mas como saber se o que foi avistado se trata ou não de um satélite artificial? Os satélites artificiais não possuem luz própria. Logo, só refletem a luz solar quando penetram a zona de penumbra da Terra. Portanto, tão somente nesses momentos podem ser vistos a olho nú, se o observador se encontra na zona próxima. Naturalmente, o fato de ver um desses satélites artificiais depende também de seu tamanho e da altitude da órbita que ele descreve. Se o aparelho estiver a 30.000 quilômetros da Terra, não o vemos... Porém, se estiver a uma altura de 100, 200, 300, 400 e até 500 quilômetros, na hora de crepúsculo e dependendo de seu tamanho, pode ser localizado à simples vista. Isto significa que os satélites artificiais só podem ser vistos ao amanhecer, ou no crepúsculo. Assim que o satélite sai da zona de penumbra e penetra no cone de sombra da Terra, se torna impossível vê-lo, uma vez que a luz do Sol não mais incide sobre sua superfície. Sendo assim, não há qualquer possibilidade de se ver passar um satélite artificial durante o dia pois a luz do Sol “absorve-os”, assim como faz com as estrelas. Outro fato revelador é que a visão destes objetos quando uma pessoa se encontra no momento de penumbra ocorre muito poucas vezes. O tempo que um destes objetos leva para cruzar na totalidade toda a abóbada celeste pode variar entre três e trinta minutos, dependendo de diversos fatores como velocidade, altura, etc e sempre possuem a forma de uma estrela. Na verdade, a única diferença de um satélite para uma estrela é que estas piscam, e não se movimentam. Descartando as Possibilidades Temos acima que se o objeto avistado foge a estas características citadas, então não é um satélite artificial. Mas pode ser um balão metereológico, um jato, ou qualquer coisa do gênero passando por ilusões de ótica e efeitos estranhos provocados pelas forças da natureza. Vamos então explorar as possibilidades: Foi um Balão? Esta é outra das “desculpas” corriqueiras para os avistamentos, como o foi (desastrosa e ridiculamente) feito no caso Roswell, por exemplo. Uma maneira fácil e rápida de descartar quaisquer dúvidas sobre esta possibilidade, é observar a velocidade e a trajetória do objeto proposto. Um balão ou sonda metereológica não pode se movimentar muito rápido já que não possui motores. Estes se movimentam à velocidade e ao sabor das correntes de ar. Também não são capazes de realizar “manobras”, mudar de curso e altura repentinamente e seguidas vezes. Um fato que confunde é que algumas pessoas acham que balões não possuem luzes. Isso é motivo de enganos. Alguns balões possuem luzes sim, principalmente se forem balões de pesquisa – para que se tornem mais fáceis de serem localizados e recuperados por causa de seu alto preço. Mas raramente são tripulados.... Portanto, algo que se movimente de forma extremamente ágil e rápida, ou varie de altura e curso não pode ser um balão ou sonda. Uma Arma Secreta Talvez... Existe a possibilidade de que muito do que é avistado sejam protótipos, tecnologia de ponta, algo ainda não divulgado. Avaliemos esta hipótese: os objetos avistados conseguem fazer manobras fantásticas, mudar de curso e velocidade num piscar de olhos (segundo relatos de testemunhas, cruzam a abóboda celeste em 3 uo 4 segundos), e são capazes de pairar no ar, emitir luzes fortíssimas e ainda ssim não fazer ruído algum.
Será que o homem já desenvolveu esta tecnologia?
Será que já dominamos a gravidade, ou anti-gravidade?
Se a resposta for sim, como explicar que tais naves sejam vistas pela humanidade desde a pré-história segundo os registros encontrados?
Não posso afirmar que não temos tecnologia para tais façanhas. Só o que estou dizendo é que se existem tais tecnologias, não são conhecidas pela quase totalidade das pessoas. Mesmo assim, como explicaríamos a presença destas “naves” desde o começo de nossa história? Meteoros e Meteoritos? Estes são cristais de rocha ou de gelo que circulam pelas galáxias. Quando penetram em nossa atmosfera, a grande velocidade e o atrito com esta faz com que se superaqueçam e fiquem incandescentes, provocando sua luminosidade. Estes, assim como os satélites artificiais, não mudam sua rota, seguindo sempre em linha reta, salvo em casos de interferência externa. Normalmente, dependendo de seu tamanho, se desintegram antes de atingir a superfície do planeta. Seria o que nós chamamos de “estrela-cadente”. Outros Efeitos naturais? Me parece improvável que algum evento natural possa produzir uma forte e intensa luz a qual possa se movimentar no ar com incrível rapidez, alterar a intensidade da luz e mudar de cor, variar sua altura, mudar de curso e também pairar no ar, não citando os casos em que estas são vistas “pousadas”. Conclusão Quando um objeto não pode ser identificada como um avião, sonda, fenômeno meteorológico ou natural, e, entretanto, apresenta uma série de características concretas, essa coisa é designada como sendo um OVNI, ou “Objeto Voador Não Identificado”. Quando mais, um objeto voador não identificado desenvolve velocidades ascencionais inatingíveis pelos nossos veículos, a que outra conclusão poderíamos chegar? Se a essas velocidades fantásticas acrescentarmos movimentos de giro tático e evoluções impossíveis de serem realizadas pelos nossos atuais sistemas de navegação aérea, o que pensar?

sábado, 2 de agosto de 2008

ESPÍRITOS - A MORTE ESTÁ AO SEU LADO

"A fotografia não reproduz a realidade. Depende de como a imagem é capturada, de como é revelada, de como é concebida", diz um professor de fotografia à sua classe em determinado momento do filme ESPÍRITOS - A MORTE ESTÁ AO SEU LADO, ao exibir fotografias de um mesmo cenário - uma ponte -, feitas com ângulos e exposições diferentes à luz (mais clara, mais escura), comprovando, assim, que as fotos, mesmo quando feitas de um mesmo lugar na mesma hora, podem sair completamente diferentes. Aí é que está o ponto desta excelente produção tailandesa (e a Tailândia anda dando um show de cinema ultimamente) de 2004: se a fotografia não reproduz a realidade, será que ela pode registrar coisas que não fazem parte da nossa realidade? Como, por exemplo, fantasmas?Por aí, já dá para perceber que ESPÍRITOS - A MORTE ESTÁ AO SEU LADO - cujo título original, bem mais popular, é SHUTTER, e por isso passará a ser usado a partir de agora até o final do texto - é mais um filme de horror vindo do Oriente onde o sobrenatural ataca utilizando a tecnologia moderna. Ou seja: nada de casas assombradas, a onda agora é incomodar os vivos através da eletricidade. Anteriormente, nós já havíamos visto como os fantasmas agem através de TV e videocassete (na série RINGU), através do telefone celular (em PHONE), e através de computadores (em KAIRO), entre outros aparelhos domésticos. Agora chega a vez da fotografia, esta ciência fascinante de registrar imagens em filme. Tudo bem que hoje, em pleno século 21, vivemos uma era de bits, bytes e pixels, onde qualquer telefone celular dos mais vagabundos tira fotos. Esquecendo um pouco esta era de fotografia digital, SHUTTER, mesmo com uma história passada nos dias modernos, enfoca um tipo de fotografia mais romântica, aquela com filme, aquela da revelação à base de produtos químicos, aquela do suspense de ter de esperar as fotos serem reveladas para ver o que elas registram - ao invés de tê-la prontinha na hora, como acontece hoje em dia, graças à tecnologia das máquinas digitais.Vi SHUTTER em junho de 2005, na tradicional cópia baixada via Emule. Com legendas em inglês, ainda por cima. Havia lido alguns bons comentários sobre o filme em sites do tipo Bloody Disgusting. Aparentemente, a gringada estava se borrando de medo desta bem-sucedida produção tailandesa. Não esperava nada de muito espetacular quando comecei a ver o filme no computador, numa sala mergulhada no mais completo silêncio e escuridão. Em mais de uma oportunidade, fiquei completamente apavorado, num estado de permanente ansiedade. SHUTTER é um filme minuciosamente feito para dar medo. Visto sob condições ideais (leia-se: NÃO em cinemas repletos de pirralhos gritando e rindo), ele pega o espectador de jeito, mergulhando-o numa atmosfera tensa, opressiva e sinistra de medo e mistério, que não dá nem um minuto de folga até a aterrorizante (ênfase no aterrorizante) e inesquecível cena final.Mas será que um filme de horror oriental ainda tem alguma coisa para mostrar de diferente, agora que uma boa parte do público já está saturada de ver atores de olhinhos puxados enfrentando fantasmas femininos, com longos cabelos compridos, que andam de um jeito engraçado? Convenhamos: depois de RINGU, JU-ON e seus remakes - mais DARK WATER, os dois THE EYE e tantos outros que só estão disponíveis pela Internet -, muitas das estratégias usadas pelos cineastas orientais para provocar medo no espectador já viraram clichê. Especialmente aquelas cenas que incluem água, seja em poços, banheiras ou pias - e, pior, há uma cena dessas também em SHUTTER! Porém, e aí é que está a boa notícia, esta produção tailandesa vai na contramão do clichê. Tem a fantasma de cabelos longos? Sim, tem! Mas esta é a única semelhança que você vai ver entre SHUTTER e tudo que veio antes. Logo, não precisa ficar com o pé atrás... A trama é centrada em Tun (Ananda Everingham), um jovem fotógrafo de Bangcok que nada tem de artístico, que está acostumado àqueles trabalhos burocráticos - tipo casamentos, aniversários de crianças e formaturas. Sua namorada, Jane (Natthaweeranuch Thongmee), é uma estudante de jornalismo. Mas a história não se preocupa com tempos mortos, vai apresentando os personagens em meio à ação e já começa indo direto ao ponto: logo nos cinco minutos iniciais, Tun e Jane estão bebendo na festa de casamento de um amigo do rapaz, Tonn (Unnop Chanpaibool). Eles saem de carro pela estrada escura, meio "altos" e "alegrinhos", e, durante um momento de desatenção de Jane ao volante, uma garota atravessa a pista, sendo colhida em cheio pelo automóvel. Após a violenta batida, o carro vai parar em uma valeta, batendo em cheio numa placa. Tun machuca a cabeça no vidro da porta do passageiro e fica atordoado. Então Jane olha apavorada pelo retrovisor e enxerga o corpo da pedestre esticado no meio da estrada. Com medo, Tun se desespera ao ver que um carro se aproxima. E faz o pior que poderia fazer naquela situação: obriga a namorada a fugir correndo dali, deixando para trás a pedestre atropelada, sem prestar socorro.No dia seguinte, Tun vai cumprir um de seus compromissos profissionais, fazendo fotos da formatura de uma turma na faculdade. Enquanto percorre as fileiras de formandos com sua câmera, ele tem a impressão de ver um vulto pálido em meio aos estudantes, que logo desaparece, num passe de mágica. Sem se abalar, achando que tudo é coisa da sua imaginação, o jovem volta para sua casa/estúdio e inicia o processo de revelação dos filmes. Mas ao mesmo tempo em que Tun leva a coisa na boa, Jane não consegue esquecer do que aconteceu na madrugada, muito menos do fato de terem deixado a moça atropelada no meio da estrada - provavelmente abandonando-a à morte.Sem dar ouvidos às preocupações de Jane, Tun vai ao laboratório de um velho amigo para pegar as fotos reveladas da formatura. É então que ele descobre, surpreso, que seu filme está "velado". Ou seja: de alguma forma, entrou luz no filme e "manchou" as fotos com grandes riscos luminosos, brancos. Sem uma explicação para o fenômeno, Tun volta para seu estúdio e começa a examinar atentamente as fotografias. Descobre, então, que o mesmo vulto pálido aparece de perfil em uma das fotos. E, no primeiro grande susto do filme, o vulto na fotografia se vira e encara o fotógrafo com uma expressão assustadora, fazendo qualquer ser humano normal pular da cadeira - a cena é realmente apavorante e pega de surpresa. Enquanto isso, Jane também está vivendo seus próprios problemas, sofrendo com pesadelos e alucinações onde vê a moça ensangüentada que eles atropelaram. Movido pelos apelos insistentes da namorada, Tun investiga o que aconteceu com a vítima; porém, não descobre nenhuma informação plausível na delegacia ou nos hospitais da cidade - é como se a atropelada tivesse literalmente desaparecido!Não demora muito para o casal desconfiar que há algo de sobrenatural nas fotografias. Eles vão até a redação de uma revista que trabalha com a publicação das chamadas "fotos espíritas", aquelas que supostamente registram fantasmas e espíritos. Porém, logo se frustram ao verem um diagramador manipulando algumas fotografias, sem a menor vergonha na cara, criando, num programa de edição, "fantasmas" falsos para enganar os leitores. Mas o editor da revista (Abhijati Jusakul, que foi assistente de direção na superprodução americana ALEXANDRE, de Oliver Stone) aparece para dizer que nem todas as fotos do gênero são falsas. Neste momento, o jornalista mostra a Tun e Jane algumas fotos "reais", daquelas que circulam pela Internet, contendo toda uma variedade de espíritos e fenômenos esquisitos registrados em fotos (você certamente já recebeu alguma delas por e-mail). E explica: "Às vezes, os espíritos ficam ao lado de suas pessoas queridas. Estas fotos representam mais que lendas urbanas macabras. São sinais. Por que os mortos regressam ao mundo dos vivos? Eu acredito que estas sombras estão relacionadas com alguém que aparece na foto. Um pai, uma mãe, um amante... Ou alguém que cometeu alguma maldade àquela pessoa quando ela estava viva". Sentiu o drama?Tun, apesar de estar presenciando ele próprio alguns fenômenos macabros, não dá ouvidos ao editor e acredita que todas aquelas fotos fantasmagóricas são, na verdade, montagens. Então o editor da revista mostra uma pasta repleta de fotos Polaroid - aquelas câmeras instantâneas, que tiram fotos na hora, sem usar filme fotográfico. "Como você vai fazer montagem nestas?", questiona o jornalista, deixando claro que aquelas fotos registram o momento e não poderiam ser alteradas. Pois aquilo mexe tantao com Jane que, à noite, analisando as estranhas fotos da formatura feitas pelo namorado, ela descobre que as sombras parecem sair da janela de um prédio da universidade, que aparece no fundo das imagens. Jane então consegue uma câmera Polaroid e vai até a tal sala - um laboratório de ciências. Ela está sozinha na sala e começa a fazer fotos instantâneas dos corredores desertos. A cada flash, a foto sai prontinha na frente da câmera, registrando a sala vazia. Porém, numa delas, aparece um vulto parado junto a uma prateleira! Essa era a gota d'água: Jane começa a relacionar os fenômenos fotográficos com a garota atropelada, descobrindo que ela era uma tímida estudante chamada Natre (Achita Sikamana).Qual a relação de Natre com Tun e Jane? O que aconteceu na noite do atropelamento? Será que Natre está morta e quer infernizar a vida do casal por ter lhe negado socorro? Ou está viva e aqueles fenômenos fazem parte de um plano maior, tipo EU SEI O QUE VOCÊS FIZERAM NO VERÃO PASSADO? É isso que Tun e a namorada tentam descobrir, já que os amigos do fotógrafo começam a morrer como moscas, em supostos "suicídios". Tudo parece estar ligado a algum fato obscuro no passado de Tun, e logo o casal de heróis se entrega a uma investigação que rende diversos sustos, aparições fantasmagóricas e reviravoltas surpreendentes - quando você acha que já "captou" tudo sobre a trama, um novo detalhe surge para mudar o que você já tinha como certo! E, conforme citei anteriormente, a sucessão de fatos macabros vai se encaminhando à chocante conclusão, numa daquelas imagens que dificilmente vai sair da sua cabeça por um bom tempo - mais ou menos como a visão de Sadako atravessando a tela da TV para o mundo dos vivos no já clássico RINGU. Prepare-se para ficar com os nervos literalmente à flor da pele!!! SHUTTER é uma verdadeira aula de cinema de horror. Efeitos especiais, quase não há - e eles não fazem a menor falta! A maior parte dos sustos está ligada aos efeitos sonoros. Sabe quando algo vai acontecer e a música vai subindo, subindo, subindo... até aquele TCHAN! que te faz pular da cadeira? Pois é, os americanos também aprontam dessas de vez em quando, mas a diferença é que eles são uns enganadores, que adoram usar o artifício em sustos falsos - por exemplo, o TCHAN! é seguido de um gato pulando do armário ou de um amigo da mocinha que veio por trás e lhe deu um susto. Aqui não: toda vez que a música começa a ficar sinistra, pode se preparar que o susto vem, e não é susto falso, sempre vem coisa feia pela frente! O máximo de "efeito especial" no filme é fazer a imagem em uma foto se mover. Ora, quantas vezes isso já foi mostrado pelo cinema antes? E mesmo assim o "clichê" não tira o impacto da cena. Outro "efeito especial" é a fantasma andando como aranha, outra coisa que não é lá muito novidade, mas que continua assustando...E o que dizer da figura da fantasma que inferniza a vida de Tun e Jane? Ora, não pense naqueles fantasmas feitos em computação gráfica no cinema americano, ou mesmo nas bizarrias compostas por Stan Winston, Tom Savini e outros especialistas de efeitos especiais. Na verdade, o fantasma de SHUTTER é bem parecido com aquele da série JU-ON: trata-se de uma garota com o rosto branco e umas lentes de contato sinistras, eventualmente com algum sanguinho no rosto, mas normalmente apenas pálida. Sem graça, você acha? Pois prepare-se para morrer de medo da dita cuja! Em alguns momentos, acredite, ela consegue colocar no chinelo até a famosa Sadako! E já que citei JU-ON, é interessante comprovar que tanto neste quanto em SHUTTER existem cenas onde o protagonista é assombrado em sua própria cama, normalmente o local onde pensamos estar mais seguros e protegidos. No caso, em SHUTTER, a fantasma lentamente puxa o cobertor de Tun enquanto ele tenta dormir. Caramba, quantas vezes, na infância, a sua mãe lhe disse que um fantasma iria lhe puxar o cobertor caso não se comportasse? Pois o filme evoca não só os "medos modernos", ligados à tecnologia, mas também estes medos da infância, como o pavor de não estarmos protegidos nem mesmo debaixo das cobertas de nossa própria cama! Além dos efeitos sonoros e da maquiagem da fantasma, SHUTTER conta ainda com uma arrepiante trilha sonora, que realça os momentos mais sinistros. A cena em que Tun e Jane olham as fotografias espíritas é macabra, em grande parte, por causa da música de Chartchai Pongprapapan - até porque muitas das fotos mostradas são evidentemente montagens. Porém, com a trilha que embala a cena, você quase começa a acreditar em fantasmas. E é a música também que ressalta a - lá vamos nós de novo - chocante imagem final.Não bastassem tantas qualidades, o filme ainda se desenvolve com rapidez, empilhando os sustos um atrás do outro, sem tempo para deixar o espectador respirar. A maior parte dos sustos explora lugares comuns, principalmente salas escuras. Este, por sinal, é mais um pavor da infância evocado pelo roteiro: o medo do escuro. Para completar, quase todos os sustos funcionam, e vários são completamente imprevisíveis. SHUTTER também acerta ao mostrar o mínimo, preferindo assustar o espectador ao esconder o que os personagens vêem - muitos, por exemplo, terão um ataque de ansiedade na cena em que Tun fica preso numa sala escura, iluminada apenas por repentinos flashes das câmeras fotográficas! Por estes fatores citados - efeitos sonoros, maquiagem simples, trilha macabra e ritmo -, é que eu recomendo que SHUTTER seja visto com todo aquele "clima" necessário para a imersão total na assustadora trama. Não com adolescentes lambões gritando e conversando ao redor. No final, como é comum nas produções orientais, algumas coisas ficam sem explicação. Acontece que os filmes vindos do Oriente privilegiam mais o medo e menos as justificativas, ao contrário do que fazem as produções ocidentais. Uma coisa que nunca fica bem clara é o porquê do acidente de carro no começo (quem viu o filme sabe do que estou falando). Falta ainda também uma justificativa para o tempo que a fantasma esperou para iniciar sua "vingança" (outra dúvida que só vai fazer sentido para quem já viu). Se o roteiro não se preocupa em explicar estes detalhes, por outro lado não faz a menor diferença: a trama é tão bem bolada (e simples!) que você aceita com naturalidade os acontecimentos, e só vai se questionar sobre alguns detalhes bem depois que o filme terminou. Para arrematar: SHUTTER é um filme que você provavelmente vai ter que ver duas vezes, para pinçar algumas coisas que ficam meio "no escuro" na primeira vez. Só vou deixar uma pista: um dos elementos aparentemente mais importantes da trama na verdade NÃO tem nada a ver com o que acontece! SHUTTER é o primeiro filme de uma dupla de diretores tailandeses que logo deverá estar sendo contratada para trabalhar em Hollywood. Seus nomes são complicados e não muito fáceis de lembrar: Banjong Pisanthanakum e Parkpoom Wongpoom. O roteiro foi escrito pela dupla com a ajuda de um terceiro homem, Sopon Sukdapisit. Nenhum dos três têm lá muita experiência no cinema - e a maior parte do elenco está aqui trabalhando em seu primeiro filme. Mas os diretores já mostram uma grande experiência, principalmente ao reaproveitar clichês já manjados do gênero. A forma como eles trabalham o suspense é primorosa, e SHUTTER ainda tem alguns momentos incríveis. Um deles é o take único em que Tun vê um amigo se atirando da sacada de um prédio; ele então corre até a sacada, SEM CORTES, e vê o corpo estatelado sobre um carro, no térreo!!!O filme de Banjong e Parkpoom estreou nos Estados Unidos num pequeno festival de cinema, sem grandes divulgações (até porque muitos pensavam que era apenas mais um terror oriental). Mas logo acabou gerando uma fantástica propaganda boca-a-boca. Alguns espectadores saíam verdadeiramente aterrorizados do cinema, pálidos e tremendo, chamando a atenção de outros que queriam ver o que havia ali de tão aterrador. Surpreendentemente, as críticas negativas eram mínimas, e normalmente feitas por aqueles chatonildos de plantão.Bem, já finalizando, se você, como muitos chatonildos por aí, acha que o terror vindo do Oriente já deu o que tinha que dar, SHUTTER é o filme ideal para fazê-lo mudar de idéia. Sem sombra de dúvida, uma das melhores e mais bem-boladas histórias de fantasmas em muitos anos - além de verdadeiramente assustadora. Claro, sempre tem aqueles que pensam que os filmes japoneses, chineses, tailandeses, coreanos, etc. são todos iguais, com suas meninas-fantasmas de cabelo comprido que aparecem e desaparecem de repente. Agora, se você também pensa assim... Meu amigo, você está cometendo uma injustiça sem tamanho!Talvez até você pense, depois de ler este artigo, que SHUTTER é mais uma cópia de O CHAMADO e de O GRITO - até porque algumas cenas envolvem água e cabelos compridos, e até porque os fantasmas de SHUTTER e O GRITO são bem parecidos. Porém as semelhanças param por aí: SHUTTER é uma história original - apesar de simples. E se você não tem o discernimento de perceber a diferença entre todas estas produções, e continua achando que filme oriental é tudo igual, acho que o negócio é você continuar de quatro para o cinema americano, onde os filmes são bem diferentes uns dos outros e os roteiros são originalíssimos - quantas vezes os filmes made in EUA mostraram assassinos mascarados correndo atrás de adolescentes, mesmo? E para quem não gosta do cinema oriental, sempre existirá a produtora Dark Castle e seus "filmaços de horror" cheios de efeitos especiais e garotas peitudas, como 13 FANTASMAS e A CASA DE CERA... Agora, se você é um espectador de cabeça aberta, ciente que o horror se faz com histórias assustadoras e sem abusar dos efeitos especiais, então o negócio é render-se a SHUTTER - e preparar-se para ficar com receio toda vez que for tirar uma fotografia em algum lugar ermo. Quem sabe não sai uma pessoa indesejada - e inexistente! - na imagem??? Você nunca mais vai olhar do mesmo jeito para aquelas manchas e sombras que às vezes aparecem nas fotos...